31 março 2013

Pernambuco investe em dessalinização no Agreste e no Sertão


As previsões climáticas para o Semiárido pernambucano este ano não são as melhores. As chuvas devem ficar abaixo da média e prolongar a estiagem que já entrou no segundo ano. Portanto, já que a água não vem de cima, o Governo do Estado quer tirá-la do subsolo. Nos próximos seis meses, o Agreste e o Sertão terão 200 novos sistemas de osmose reversa, popularmente conhecidos por dessalinizadores, que são capazes de retirar os sais da água provenientes dos lençóis freáticos, tornando-a própria para o consumo humano. Os equipamentos custarão R$ 12 milhões e beneficiarão pelo menos dez mil famílias.
Água que se tornará potável vai abastecer cacimbas em áreas de estiagem
Os equipamentos serão implantados pela Secretaria de Recursos Hídricos e Energéticos do Estado (SRHE), porém deverão ser operados e mantidos pelas prefeituras concedentes dos terrenos. Segundo o gerente geral de Recursos Hídricos, Mauro Lacerda, até o fim de abril pelo menos 20 novos sistemas dessalinizadores já estarão instalados e funcionando.
Como o sistema que não é barato, pois cada dessalinizador custa em média R$ 60 mil, uma forma de compensar o que poderia ser um problema ambiental é transformá-lo em oportunidade de negócio. Por isso, a aplicação do rejeito na pscicultura já está sendo testada em Ibimirim. Com o apoio do Ministério do Meio Ambiente e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), 70 famílias estão sendo beneficiadas com dois tanques para criadouros de peixes. Em menos de quatro meses os trabalhadores rurais conseguiram produzir quase 700 quilos do animal.
O Estado estima que existam cerca de 150 dessalinizadores instalados na região do Semiárido e que boa parte deles encontra-se fora de uso. Até o fim do ano, a SRHE pretende assumir a manutenção dos equipamentos, que hoje é feito por empresas privadas. De acordo com o gerente de Recursos Hídricos, em alguns casos o valor cobrado para manter três dessalinizadores poderia ser investido em 300.
Além disso, a SRHE tem um contrato de R$ 7 milhões com o Instituto de Tecnologia de Pernambuco para recuperar mais 150 sistemas de dessalinização, e de R$ 3,5 milhões com a Aquapura para instalar mais 100. Até o fim do ano, Pernambuco deve contar com o funcionamento de 600 dessalinizadores que atenderão 30 mil famílias.

0 comentários:

Postar um comentário